O ponto principal para dar início ao tratamento é a decisão do dependente, que escolhe querer mudar. Admitir que existe um problema, a auto-avaliação, a partilha e o trabalho com outros usuários de drogas que queiram se recuperar é o que levará o paciente a sobriedade.
A oficina de Jesus desenvolve o trabalho de ajuda, para homens que queiram se restabelecer e sair do mundo das drogas. O candidato passa por uma entrevista e este se compromete a seguir e obedecer às normas para os recuperantes.
O trabalho realizado tem como ponto principal a espiritualidade, a vida de oração, participação da Missa e formação espiritual.
Os responsáveis pela manutenção do sítio, tratar dos animais e cuidar da horta, são os pacientes, que encontram nessas tarefas uma possibilidade de preencher o tempo, trabalhando e edificando o desejo de estar sóbrio, longe das drogas.
O prazo estipulado de permanência na instituição é de seis meses, sendo que o paciente terá direito a visita uma vez por mês.
A necessidade de qualquer substância que altere o comportamento e que possa causar dependência, como por exemplo, o álcool, maconha, cocaína, entre outros, é chamada de dependência química.
A dependência se caracteriza pela necessidade que o indivíduo tem de estar em contato e Sob os efeitos alucinantes que a droga proporciona muito mais do que a necessidade biológica e fisiológica de se alimentar ou mesmo dormir.
O álcool, embora seja uma droga lícita, é tão ou mais poderoso que os outros tipos de drogas, pois causa a dependência imediata em pessoas predisposta.
A Organização Mundial de Saúde reconhece as dependências químicas como doenças, uma vez que causa alteração na estrutura e no funcionamento normal do organismo. Assim como outras doenças, a dependência não é culpa do dependente. O paciente somente pode ser responsabilizado por não querer o tratamento.
A dependência é fruto de vários fatores que atuam ao mesmo tempo, sendo que, às vezes, uns são mais predominantes naquele paciente específico que outras. No entanto, sempre há mais de uma causa. Como pode acontecer com uma pessoa que tenha uma predisposição física e emocional para a dependência. Vivendo como um dependente, o paciente acaba tendo uma série de problemas sociais, familiares, sexuais, profissionais, emocionais, religiosos etc., que são consequências e não causa. Sendo assim, as causas são internas, não externas. Problemas na vida não geram dependência química.
O dependente químico, esteja ou não em recuperação, sempre foi e sempre será um dependente. Não existe cura para a dependência. Um dependente nunca poderá beber ou usar outras drogas de maneira controlada.
Apesar de não poder usar álcool ou outras drogas de maneira social, o dependente que aceitar e realmente se engajar no tratamento, pode viver muito bem sem a droga e sem as consequências da dependência ativa. É importante notar que qualquer avanço em termos de recuperação depende de um real e sincero desejo do paciente: ninguém pode ajudar o dependente se ele não quiser se tratar.
O convívio com o dependente faz com que os familiares adoeçam emocionalmente, e muitas vezes, a família precisa de acompanhamento médico especializado, como psicólogos, pois esses podem dar orientações a respeito de como lidar com o dependente, com seus sentimentos em relação à doença, o que fazer e sobre como proteger a si e aos demais membros da família.
A droga causa efeitos alucinantes no dependente, que passa a se sentir todo poderoso, distante dos problemas ou ligado a um mundo melhor, escondendo com isso sua insegurança de não saber quem é. A pessoa vai formando um conceito de si mesmo, tendo a droga como liga. Caindo no padrão de pensamento seletivo, onde só se lembra das boas experiências sob o efeito de drogas.
Os efeitos físicos mais frequentes são avermelhamento dos olhos, ressecamento da boca e taquicardia (elevação dos batimentos cardíacos, que sobem de 60 - 80 para 120 - 140 batidas por minuto). Com o uso contínuo, alguns órgãos, como o pulmão, passam a ser afetados. O uso da droga também diminui a produção de testosterona, hormônio masculino responsável, entre outras coisas, pela produção de espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma capacidade reprodutiva menor.
As sensações mais comuns são bem-estar inicial, relaxamento, calma e vontade de rir. Pode-se sentir angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda da noção do tempo e espaço além de um prejuízo na memória e latente falta de atenção.
Em longo prazo o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de aprendizado e memorização, além de passar a apresentar uma falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano.
Derivado da planta de coca, é o resultado da mistura de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, resultando em grãos que são fumados em cachimbos.
O consumo do crack é maior que o da cocaína, pois é mais barato e seus efeitos duram menos. Por ser estimulante, ocasiona dependência física e, posteriormente, a morte por sua terrível ação sobre o sistema nervoso central e cardíaco. Devido à sua ação sobre o sistema nervoso central, o crack gera aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremores, excitação, maior aptidão física e mental.
Os efeitos psicológicos são euforia, sensação de poder e aumento da autoestima. Se inalado junto com o álcool, o crack aumenta o ritmo cardíaco e a pressão arterial, o que pode levar a morte.
É um elemento químico tóxico que circula no sangue durante várias horas após ser ingerindo e permanece no organismo durante pelo menos 7 horas. Provoca lesões no coração e nas artérias, no tubo digestivo (gastrites crônicas com feridas e hemorragia), no fígado e no sistema nervoso.
É uma substância natural obtida a partir do tratamento químico, em laboratório, das folhas da Erytroxylum coca. Chega ao consumidor em forma de sal (cloridrato de cocaína), pedra (crack) ou pasta. Geralmente é vendida como um pó branco que pode ser aspirado ou dissolvido em água para uso endovenoso. Eleva a pressão arterial, provoca taquicardia e leva à parada cardíaca, o que em geral acontece nos casos de overdose.
O uso crônico lesa o septo nasal e causa degeneração dos músculos esqueléticos.
Criada em laboratório a partir do ópio, tem como substância básica a diacetilmorfina, que é três vezes mais potente que a morfina e induz mais à dependência. A droga, geralmente injetada, também pode ser aspirada ou fumada. Os efeitos são: Emoções moderadas, alteração de humor, sensação temporária de bem-estar e sonolência. É um depressivo cerebral, espinhal e respiratório que pode tornar o usuário dependente após uma segunda ou terceira dose. A falta da droga causa diarreias, náuseas e vômitos, podendo levar à morte por desidratação.
O lança-perfume, cola de sapateiro, loló, gasolina, benzina, acetona, removedor de tinta, Thinner, aguarrás, éter e esmalte são drogas inalantes que possuem substâncias classificadas como solventes. O tolueno é o ingrediente ativo da cola. Tem efeito similar ao do álcool, pois provoca euforia, perda da coordenação motora e, no extremo, vômito e coma. Já o principal ingrediente do lança perfume é o éter, substância que deprime o sistema nervoso central, podendo provocar desmaio, enfarte e gastrite.
Os primeiros sinais de dependência se evidenciam nos modos de vida de um dependente. O descuido com a aparência, colocar-se em risco, furto, roubo, estelionato, prostituição do corpo, perda da moral, da dignidade e do respeito, levam o dependente a se distanciarem da realidade e viverem uma fantasia, pois as funções físicas, mentais e espirituais são fortemente afetadas pelo uso de drogas.
Existem dependentes que se dispõem a deixar as drogas, entretanto não conseguem. A modificação dos valores da vida, através do avanço da doença, como acontece na crise de identidade, faz com que o dependente não tenha os seus VALORES bem definidos. Na busca de si mesmo, o dependente encontra-se desestruturado e não consegue transformar em ação o desejo de parar de usar drogas.
As drogas são classificadas em quatro categorias: depressoras, estimulantes, perturbadoras ou efeitos mistos.
As depressoras causam a diminuição da velocidade dos estímulos nervosos. São elas, por exemplo, o álcool, a morfina, a heroína e os tranquilizantes.
Os estimulantes aumentam a velocidade dos estímulos excitando as áreas sensorial e motora. São elas as anfetaminas, a cocaína e seus derivados.
As perturbadoras causam efeito alucinógeno, como a maconha, o haxixe, os solventes orgânicos e o LSD (ácido lisérgico).
As com efeitos mistos englobam dois ou mais efeitos, como o ecstasy.
Se restabelecer após sair de uma clínica de tratamento onde houve o processo de desintoxicação é uma etapa muito árdua para o dependente, pois é nessa fase que ele reencontra as amizades e o contato com a vida que levava anteriormente.
Segundo pesquisa realizada pelo CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) uma das primeiras causas para a procura de entorpecentes seria a influência de grupo de amigos e também desejo em descobrir sensações diferentes. Por isso, durante esse processo de readaptação é essencial a ajuda de um profissional de psicologia que irá orientar e ouvir o dependente durante a nova etapa de sua vida.
“Não existem drogas ‘leves’ nem drogas ‘pesadas’”. São todas drogas que apresentam as suas “especificidades e que não devem ser menosprezadas, nem embelezadas com bonitos e apelativos ‘rótulos’ como se faz com as bebidas alcoólicas”. Na sua generalidade, todas fornecem altos níveis de bem-estar, alívio, recompensa, gratificação imediata e profunda no nosso ser, umas mais outras menos quer seja físico, mental e espiritual.
Usa-se drogas por várias razões, sendo uma delas para que se altere o estado de humor do sujeito.
A busca constante por estímulos prazerosos, como alimentos saborosos, uma cerveja geladinha e a relação sexual excitante, está associada a um ‘sistema cerebral de recompensa’, assim denominado pelo neurobiólogo americano James Olds nos anos 60. "Trata-se de uma complexa rede de neurônios que é ativada quando fazemos atividades que causam prazer. Este sistema nos fornece uma recompensa sempre que fazemos determinadas atividades, levando-nos, portanto, a repetir aqueles atos” Afirma.
Essa fuga da realidade e dos problemas que a droga oferece passa e os problemas continuam, porém para um dependente viver sem o efeito das drogas e conseguir se manter sóbrio mediante os problemas é algo muito mais complicado, uma vez que ele sabe o efeito da substância sobre seu organismo.
Ao dependente que realmente quer se livrar do mundo das drogas, Raquel dá um conselho “Procure ajuda e siga religiosamente todos os passos que lhe são sugeridos, pois a seriedade que a pessoa encara o tratamento é o primordial para se obter sucesso e conseguir se manter abstinente libertando-se do vício”.
Com o passar do tempo sentimos que Deus nos pedia para que eles pudessem ficar residindo num lugar específico para tratamento. O próprio Deus nos deu um Sítio, e começamos a levá-los para residirem neste sítio por 6 meses. Com dificuldades fomos adaptando o Sítio de acordo com as necessidades desses irmãos, construímos alguns quartos, Capela e os próprios internos começaram a trabalhar cuidando de animais, fazendo plantações e outros trabalhos. Como Maria sempre esteve presente em todos os momentos, o Padre consagrou o Sítio a Ela, dando o nome de "Sítio Nossa Senhora do Sorriso", pois segundo ele, lá é o lugar do sorriso de Nossa Senhora, pois ela se alegra de ver os filhos que chegam doentes, se recuperarem e voltarem ao convívio social.
No ano de 2004, tivemos a Graça de conseguir outro Sítio, emprestado, já que só o primeiro não atendia a todos, devido a grande procura das pessoas dependentes. Esse Sítio recebeu o nome de "Sítio Nossa Senhora das Graças" no Bairro Brejal situado na Posse em Petrópolis.
Diretoria Executiva
Presidente - João Henrique Medeiros Nunes
Vice - Presidente - Pe. Luis Garcia Mello
Tesoureira - Maria Isabel Barreto Prisco Paraiso
Secretária - Marcia Inez Deister Gheren
Conselho Fiscal
Cleber Francisco Alves
Christiani Regina Machado Dias Bailune
Mauro Henrique Portela Tavares
Como contribuir
-Doação mensal: pessoas que colaboram mensalmente com valores fixos (estipulados pelo próprio doador) por períodos pré-combinados.
-Doações em dinheiro: através de depósito na conta corrente ou boleto bancário.
-Doações em material: alimentos, remédios, produtos de limpeza, etc.
SEDE ADMINISTRATIVA E TRIAGEM
Rua General Rondon, 1395 - Quitandinha - Petrópolis- RJ- CEP.: 25650-027 - Tel.: 24) 2242-7833 / (24) 98855-7833